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MESTRADO - E N T R E: corpo/voz, lugar, ressonância (dez, 2021)

De Paola Ribeiro

Esse ensaio desdobramento de uma pesquisa pr tico po tica sobre corpo/voz em rela o com o lugar, atrav s de ENTRE, que um trabalho composto de uma s rie de videoperformances em que a es n o pr -programadas s o desenvolvidas em casas vazias, que estejam venda ou para alugar. O percurso percorrido no processo criativo apresentado para o/a leitor/a na forma de endere os a serem visitados, disponibilizados em um site A disserta o que aqui se organiza como um processo reflexivo em di logo com o texto po tico, prop e uma mistura entre as linguagens textuais, visuais e sonora, traz quest es como vazio, corpo, voz e escuta, fundamentando-se em refer ncias te ricas tais como Pauline Oliveiros, Huber Godard, Adriana Caverero, Juhani Pallasmaa e Michiko Okano , e pr ticas tais como Shirin Neshat , Alvin Lucier, Anna Bella Geiger e Mika Rottenberg.

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A conversa delas (ago.2021)

De Cadu Gonçalves

[...]

Exu comia tudo

E sua fome era incontrolável.

Comeu todos os animais da aldeia que vivia.

Comeu os de quatro pés e comeu os de pena

Bebeu toda a cerveja, toda a aguardente, todo o vinho.

Ingeriu todo o azeite de dendê e todos os obis.

Quanto mais comia, mais fome Exu sentia.

[...]

Trecho de itan da mitologia Iorubá

A pessoa que assiste Boca trabalho de vídeo de 2020 de Paola Ribeiro, se depara com um orifício colorido numa tela escura. Fiz a experiência de assistir o trabalho de madrugada e foi algo deliciosamente perturbador. A noite escura é geralmente o período para o sono e Boca, nesse horário é um asmr1 reverso, que não relaxa e só deixa uma sensação de inquietação através de uma boca desprovida de rosto que passeia pela tela, cujo som emanado é um grunhido.

Ao assistir Boca não pude deixar de lembrar de In-Out (Antropofagia),trabalho de 1973 de Anna Maria Maiolino em Super 8. Sendo a boca o orifício responsável por várias ações, pontuo uma das mais importantes: a comunicação, que no caso das duas obras não se dá pela fala, mas pela presença, movimentação e expressão. Uma comunicação que explora a cavidade oral como receptora da ideia e da denúncia.

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De Carne e Osso, O Grito  (set 2020)

De Paola Ribeiro

Sempre que enveredo o pensamento na qualidade relacional da voz, encontro o mito de Eco e Narciso. No mito quem me interessa é Eco que, incapacitada de falar por si, é condenada a repetir o que é dito pelo outro. Ela precisa do outro para ter voz. Mais do que repetir, ela reflete a voz do outro. Quando o outro acaba ela começa, de forma levemente diferente. Eco, a propósito, se apaixona por Narciso e acaba definhando por não suportar a rejeição, e o que resta de seu corpo é a voz. Essa imagem do corpo que definha, que seca carne e seca o osso me impressiona. Nós, no processo de oralização, somos eco de nossa família; aprendemos os fonemas, suas construções e significados ouvindo primeiro e reproduzindo depois.

 

Eco reflexo.

Eco retorno.

Eco repetição.

De que?

(Você está me ouvindo ? O meu microfone está desligado ? Não?!)

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REAJA - Um olhar sobre os react videos performances de @paola_ribeiros no Instagram (out.2020)

De Romulo Alexis

É consabido que há toda uma redoma cultural restringindo os movimentos da voz na sociedade. A multiplicidade de atos sonoros vocais é negligenciada pela(s) cultura(s) e a voz acaba submetida em função de suas qualidades comunicacionais. Um exemplo: ao presenciarmos em nossa experiência cotidiana alguém cantando sozinho, em qualquer situação que seja, abre-se um estado de presença performático onde podemos interpretar a pessoa que canta em diversos significados que vão do artista ao embriagado, do apaixonado ao louco, do xamã ao ogã, entre muitas outras leituras. Quanto mais crua a relação do corpo com a voz mais desnuda a pessoa se torna, em relação às roupas sociais. Assim, ao pensarmos no ato da improvisação livre vocal rompendo a redoma cultural que encerra a voz e o entendimento do que é canto/música, a entendemos como o lugar mais desafiador e virtualmente livre da expressão humana.

Nesse processo de isolamento/confinamento de 2020 a artista multipotencial Paola Ribeiros tem articulado seu território sonoro em vídeos-performances nas quais interage através da voz, com outrxs artistas da música experimental / livre. Ao propor-se a reagir criativamente a esses materiais, Paola vêm acessando a natureza exploratória de sua expressão vocal em gêneros musicais complexos.

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